29 junho 2012

Sim. Os Beach Boys sabiam.

That's why God made the radio
So tune right in, everywhere you go
He waved His hand, gave us rock 'n roll
The soundtrack of falling in love
That's why God made the radio

[Que bem que o éter me sabe.]

25 junho 2012

Para dois.

Dada a tua capacidade extraordinária para mexer comigo ao mínimo gesto, até a mim própria me surpreendo ao dar-me conta da clareza com que te encaro e te deixo passar por mim. Passas ao lado. Nunca por cima. Sem atropelos. Sem sufocos. Fico verdadeiramente sem palavras à medida que vejo o que nos foi acontecendo, os sítios por onde passámos e esta estrada tortuosa mas muito larga a que viemos dar. Sim. Fico sem palavras. E é por isso que este texto fica só assim. Pequenino.

18 junho 2012

Voltar.

Voltar é bom. Voltar é tudo o que eu já não esperava. São os cheiros que se conhecem, os passos que se podem dar de olhos fechados, as vozes lá ao fundo que nunca se confundiriam com mais nenhumas. Voltar é saber melhor com o que se conta mas não saber deixar de lado a pontinha de inocência que resta do início. Voltar é recuperar rotinas, sensações, espaços, defesas e esperanças. Voltar é um sonho que eu já não tinha, que se transformou apenas numa possibilidade remota que imaginava para daqui a vários anos, rodeada de "ses" e de "talvezes" e de "quem sabes". Só que, no espaço de muito poucos (e insanes) dias, voltar deixou de ser uma miragem e passou a ser a realidade mais concreta de todas  embora eu ainda não tenha descoberto como acreditar nela.

Voltar é voltar devagarinho, pé ante pé, não vá isto ser um sonho e esfumar-se por entre os dedos ao mínimo passo em falso. Voltar é saber que tudo mudou mas que há coisas que hão-de ser sempre iguais.

Volto diferente de quem fui. Mas volto eu, toda eu.

Voltar é voltar aos abraços. Aos sorrisos. Ao calor. A "nós".

É voltar a casa.

08 junho 2012

Cenas do próximo capítulo.

A distância faz-se do tempo certo para arrumar ideias. O silêncio nasce dos dias que fazem falta para me encontrar no meio de tanto e de tantos. Para me descobrir entre despedidas, fins, novidades e palavras saborosas como 'reencontro' e 'regresso'. Palavras incertas e doces como 'futuro'. A redescoberta de sítios, de caminhos, de cheiros. De vozes e de sons. De sensações. O físico e o psicológico de volta a tudo o que se julgava perdido.

É isto. O silêncio é isto. É não conseguir acreditar em nada de tão inesperado que é e de tão impossível que parecia. É não ter palavras para as voltas da vida nem para o que se segue. É esperar para ver - porque, até ser mesmo verdade, continua a saber a sonho e a engano.