28 novembro 2012

Do que devia ser e não é, do que podia ter sido e não foi.

Vens e vais, chegas e partes, aproximas-te e afastas-te. O mar é maior que tu mas tu não és nada pequeno. E és como as ondas, sabes? Como as ondas. De um daqueles mares nem revoltos, nem tranquilos. Chegas, tocas-me os pés e vais embora outra vez. Como se tivesse de ser assim, como se te tivesses comprometido com uma eternidade qualquer que não te permitisse dar mais que dois passos seguidos na mesma direcção - que não te deixasse vir morrer na tua praia, que é como quem diz no abraço a que se quiseres pertences. Quero dar-te aquilo que nem sequer sabes que podes receber. Mas aposto que o queres. Porque precisas. De um abraço que seja teu, de alguém que olhe em frente contigo mas que te acompanhe nessas tuas estadias no passado. Sei a falta que te faz ser com alguém. Ser, só ser. Seres. Sermos. Se quisesses. Se soubesses. Se, por um instante, ficasses. Te demorasses. Mais que uma onda, mais que dois passos.

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