08 setembro 2011

Ervilha.

É como se a vida fosse a melhor prova e a mais definitiva de que há duas mãos lá em cima a mover as peças. As peças somos nós, sou eu e os eus à minha volta, e os tus, e os eles deles e dos outros. E nos movimentos aparentemente mais desconexos descobre-se a coerência, a lógica presente no que nunca poderia ter encaixado, mas encaixou. Tu que o conheces a ele, que esteve com ela, que se encontrou comigo, que te conheço a ti. Gente que vem do passado, gente que passou a meio do caminho, gente que se instalou no presente e promete continuar pelo futuro. E, inexplicavelmente, parte destas pessoas cruzam-se num pontinho qualquer a meio da estrada. Como se, no fim, tudo fizesse sentido. Linhas que se tocam, que se ligam, baptizadas com a frase “o mundo é uma ervilha”, tão intensa e justificada que merece estampagem num letreiro a néon.

3 comentários:

  1. Gostei, adorei adorei. O tema diz-me algo, apesar de já ter desistido dele...tu descreveste mui bem, o problema é que a ervilha é mui pequenina...(apesar de trazer coisas enormes); e a maioria não vê ou não a quer ver. Acredito que existem pelo menos duas mãos que colocam isto em ordem, e não faltam (pequenos) sinais que nos levam a um todo ou ao todo. Enquanto as coisas pequenas não forem sentidas e valorizadas (para já não falar que raramente são sentidas e são sempre desvalorizadas) isto não vai tendo muita graça. Mesmo sabendo que existe algo que coloca tudo num sítio.
    (Mas também existem os anti exemplos que me fazem pensar algumas vezes...e fico assim).
    Seja como for:
    "I know the pieces fit ('cause I watched them fall away)"...



    P.S. As novas cores dos olhos do teu blogue estão muito bonitas.

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  2. Nem te vou dizer como isso faz tanto tanto sentido...Neste momento da minha vida houve vários acontecimentos que me fizeram pensar exactamente o mesmo...e posso dizer que estou muito feliz por o mundo ser uma ervilhinha...tão mínima...=)

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  3. Que alívio por saber que não sou só eu a ter esta opinião. Isto faz tanto mas tanto sentido...um alguém do passado, do presente, do futuro que conhece outro alguém do passado, presente ou futuro. os encontros e desencontros, as coincidências se é que são coincidências.
    Tmb já escrevi sobre isto no meu blogue. Apoiado a 100%.

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