Janeiro veio, e trouxe com
ele a certeza do incerto. A precisão do caminho escuro, desvendado a custo e a
cada passo entre paredes demasiado apertadas.
Janeiro veio, e vim eu com
ele, grande demais para caber em tão pouco espaço. No bolso trago pedras de
que não me sei desfazer, mais pesadas que o mundo e que me prendem a
este chão que só queria deitar fora.
Janeiro veio, e veio sem nada. Vazio.
Vazio como os Janeiros têm sido. Num vazio teimoso e pegajoso que se prolonga
sem dó por todo o calendário. Viram-se as folhas, riscam-se os dias, morrem-se
os anos, mas o fio condutor que os vai ligando é este mesmo - feito de vazio,
de incerto, de cansaço, e de uma esperança sagaz e teimosa que por vezes é
soterrada pelo peso dos dias que não passam. A não ser no calendário.
Como eu te compreendo!
ResponderEliminarTambém eu estou no meio da incerteza e de caminhos escuros.
Mas, mais tarde ou mais cedo, terá de melhorar. Pelo menos nada nos impede de acreditar que vai melhorar. Por enquanto.
Beijinhos ****