05 fevereiro 2009

Denso e cerrado.

Há alguma coisa de mal, pergunto eu, em gostar dessa redoma claustrofóbica mas tão agradável chamada nevoeiro? Não ver nada de nada de nada à minha volta, de momento que não esteja dentro de um carro, tem qualquer coisa a ver com a maior paz do mundo. Parece que estar enclausurada em vapor absorve o que vai dentro de mim. Fico... em vácuo!

E isso não tem nada, nada de mal.

1 comentário:

  1. é muito bom o nevoeiro... tenho um poema sobre o nevoeiro =P

    No Nevoeiro:
    Não te vejo porque me cegas.
    Vais-me rodeando,
    Por todos os lados,
    Em círculos quadrados.
    Vais-me cercando.
    Com gotículas ácidas que me roem,
    Com o sabor básico me destroem.
    Vais-me afogando.
    Entro na humidade,
    Sinto formas, sombras,
    E és tu que me encontras
    Nesta escuridão de breu.
    Vais-me escondendo.
    E é aí que não te vejo
    Que te sinto e te beijo,
    Numa sombra colorida,
    E como num ser sem vida
    Te tento agarrar
    E te volto a perder. Já não te vejo.
    Vais-me magoando.
    Largaste-me no nevoeiro...
    Fiquei sozinho,
    Rodeado de sombras...
    Estou cercado, sinto-me afogado.
    Estou escondido, sinto-me magoado.
    Afinal contigo me encontrei
    Para me voltar a perder...
    No nevoeiro...

    tinha para aí 16 anos quando o escrevi... ;)

    beijo

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