Há alguma coisa de mal, pergunto eu, em gostar dessa redoma claustrofóbica mas tão agradável chamada nevoeiro? Não ver nada de nada de nada à minha volta, de momento que não esteja dentro de um carro, tem qualquer coisa a ver com a maior paz do mundo. Parece que estar enclausurada em vapor absorve o que vai dentro de mim. Fico... em vácuo!
E isso não tem nada, nada de mal.
é muito bom o nevoeiro... tenho um poema sobre o nevoeiro =P
ResponderEliminarNo Nevoeiro:
Não te vejo porque me cegas.
Vais-me rodeando,
Por todos os lados,
Em círculos quadrados.
Vais-me cercando.
Com gotículas ácidas que me roem,
Com o sabor básico me destroem.
Vais-me afogando.
Entro na humidade,
Sinto formas, sombras,
E és tu que me encontras
Nesta escuridão de breu.
Vais-me escondendo.
E é aí que não te vejo
Que te sinto e te beijo,
Numa sombra colorida,
E como num ser sem vida
Te tento agarrar
E te volto a perder. Já não te vejo.
Vais-me magoando.
Largaste-me no nevoeiro...
Fiquei sozinho,
Rodeado de sombras...
Estou cercado, sinto-me afogado.
Estou escondido, sinto-me magoado.
Afinal contigo me encontrei
Para me voltar a perder...
No nevoeiro...
tinha para aí 16 anos quando o escrevi... ;)
beijo