26 abril 2011

Dores.

São dores de vários tipos. De várias formas. De várias cores. Atacam um pedacinho de tudo. E podem ser tratadas de todas as maneiras possíveis.

Mas nem todas se tratam. Nem todas passam. Algumas ficam em mim. Porque há dores que ultrapassam o corpo. Ultrapassam o comprimido, a substância, o descanso. Seguem enquanto estou de olhos fechados e assaltam-me o pouco sono que durmo. Estão longe de ser palpáveis.

A alma dói mais. Seja pelas dores físicas que chegam à alma, seja pelas dores que são só de alma e nem tocam no corpo.

A alma dói sempre mais.

21 abril 2011

Sick of it.

Para uns a vida continua.  Não pára nem por um segundo. Há novidades todas as semanas, há emoção, actividade, convívio, contacto, sorrisos, amor, histórias para contar.

Para outros a vida parou.

A tua corre. A minha atrasa. Para ti há sol e em mim chove.

Se tu soubesses a injustiça de tudo isto. E se soubesses a força desmedida com que me dás murros no estômago, a torto e a direito, sem dó nem piedade.

13 abril 2011

Do passado. Ou do presente.

Há certas coisas que já deviam ser perfeitamente naturais, mas que ainda são murrinhos no estômago. Teima em não passar, este pedacinho de ti. Vou-te deixando lá, no canto a que pertences e a que os práticos chamam "passado", mas volta-e-não-volta passo por ti e tudo se passa em mim. Outra vez.

11 abril 2011

Radio days.





E é quando o bichinho morde que nos lembramos das mil e uma sensações boas que traz o éter. Voltar a ele sabe sempre a voltar a nós. Ou a uma parte de nós, a mais difícil de definir. Porque as paixões não se definem. Nem se define tudo aquilo que volta à alma quando voltamos a elas.

04 abril 2011

Sentir.

Há assim um dia ou outro em que cais em mim e me fazes sentido. Um dia em que a tua marca volta a notar-se, em que a ferida, ou o que lhe queiras chamar (porque 'ferida' talvez não seja a palavra certa), volta a sentir-se. Um dia em que volto a escrever-te do fundo da alma. E tudo se sente, nesse dia. No sentido mais sensível de sentir.

E tudo volta ao pensamento.

A curva do teu pescoço.

A certeza de que nunca por nunca te vou esquecer por completo - porque nunca por nunca sairás por completo de dentro de mim.

E a vontade de te dizer verdades. Sendo que uma delas é que, lá bem no fundo, sinto a tua falta, e, sobretudo, a falta do que éramos para ser mas afinal não fomos. Estivemos tão perto. E, no fim, ficámos tão longe. E a outra verdade é que ainda estás em tantas músicas. Tantas letras. Tantos sítios. Estás nos momentos mais impensáveis. Nos detalhes mais mínimos, mais estúpidos.

Sou tonta ao ponto de guardar pormenores que sei que esqueceste no dia em que nasceram.

"In the stillness of remembering what you had and what you lost...
(...)
Players only love you when they're playing..."