22 março 2012

All my friends.

Os melhores amigos do mundo são os meus. Porque me conhecem. E pela certeza que deixam em mim de que alguma coisa ando a fazer bem feita.

Não há mimos como os vossos.

Não há nada como ter-vos. :)

      All My Friends by Amos Lee on Grooveshark

19 março 2012

Pai.

Foste tu quem me ensinou o que era música e foi contigo que aprendi a ouvi-la e a senti-la. De pequenina fui entendendo sons, vozes, estilos. Acordes e melodias. Olhos cheios de sonho quando punhas o gira-discos a tocar. Risos e palavras atabalhoadas de quem não percebia aquelas línguas estrangeiras mas que sentia qualquer coisa a emanar dali e que por isso cantava o que ouvia. Pedia-te que pusesses a tocar coisas que a maioria das crianças não pediriam, porque me habituaste a elas em tempos que são anteriores à minha memória. Foste tu quem me mostrou o prazer do arrepio, do nó na barriga e da lágrima vindos da música. Foste tu quem, pela primeira vez, me apresentou tantas bandas, tantos clássicos. Tudo o que a música é para mim – e a música, para mim, é quase tudo –, é-o por tua causa.

Foi de ti que herdei parte da minha sensibilidade – e percebi isso numa noite, apenas, num instante que hei-de guardar para sempre. A tua vivia escondida, tão bem disfarçada que só naquela noite a pressenti debaixo dessa capa com que brindavas toda a gente, fosse desconhecido ou familiar, e que dificilmente despias.

Não me deixaste nem metade do teu feitio. Fiquei com os princípios que me pareceram acertados, que se adequam a mim, mas houve muito que foi teu e que contigo partiu. Ninguém pode ser como tu, a começar por mim. Não sei ser tão intransigente, nem tão dura. Nem tão implacável – implacável, aqui, não é defeito. É só feitio vincado. E eu fiquei apenas com um sopro dele.

Não sou de datas. Esta não me custa nem mais, nem menos, nem de forma diferente do que outra qualquer. Quando te recordo, hoje, ontem e sempre, é assim – a personalidade inimitável, exigente, forte. Recordo a revolta. Recordo o tanto que havia a unir-nos e o outro tanto que na mesma medida nos separava. Recordo os breves segundos que fizeram a diferença (para o bem e para o mal). E recordo o facto de seres, sempre, música em mim. Vivo no meio da música, e respiro-a. Preciso dela a cem por cento. E tudo por tua causa. Ouvir música é estar contigo, tantas vezes. Há acordes que são nossos. A música esteve sempre presente entre nós, desde a infância que nem recordo até aos derradeiros instantes. Acompanhou-nos em tudo. Por isso, para mim, além de um sorriso, serás sempre música.

E hoje quero que sejas esta.

13 março 2012

Circo.

À primeira vista, está nas nossas mãos fugir. Até parece que no tempo de estalar os dedos ou de piscar um olho podemos fechar a porta para nunca mais voltar. Mas, depois, há uma linha invisível que nos enrola, nos prende e nos proíbe de sair. Os erros dos outros a atarem-nos a alma, a vontade e a independência. Emaranharam-se no caos e pelo caminho estenderam a mão, puxaram-nos pelo colarinho e levaram-nos à traição para um remoinho que não é nosso mas que nos mata antes de os matar a eles.

09 março 2012

In a very unusual way. Again.


Diz a outra aqui em baixo que tudo aconteceu de uma forma diferente. Que se assusta. Que ele não sabe. Que ela não entende bem o que foi mas que no fundo até entende bem demais, e que, fosse lá o que fosse, a mudou para sempre e a completou – ainda que a tenha quebrado em pedaços.

O cansaço é maior que eu e por isso falta-me a ciência para dizer mais do que ela diz. Mas achei que devia reforçar a ideia.