28 maio 2010

Pessoas.

Acho que hoje em dia as pessoas são mais claras para mim do que alguma vez foram. Sinto que as entendo como nunca. Vejo-as transparentes.

Só que, curiosamente, nem por isso a vida é mais fácil.

26 maio 2010

Mãos.

Mãos.

Mãos que tocam. Que falam. Que escondem.

Que empatam. Que distraem. Que bloqueiam. Que significam sempre algo, através de cada gesto.

Que dão, que tiram - que dão muito e tiram outro tanto. Com uma se dá, com outra se tira. À velocidade da luz.

Mãos que prometem.

Que torturam.

Sim. Se torturam.

20 maio 2010

Recado II

(Período antes da ordem do dia: quem por aqui passar que me perdoe a linguagem um-tanto-ou-quanto indelicada. Não é de todo um hábito meu. Mas há coisas que não há como dizer com paninhos quentes.)

Olha, sabes que mais? Que se lixe. Que se lixe tudo. Que se lixe o que tu queres, que se lixe se finges, que se lixe o que dizes, o que és, o que insinuas, o que fazes e o que não fazes. E mais: que se lixe o que eu sinto, que se lixem as minhas tentativas e as minhas expectativas e as minhas atenções inúteis. Que se lixe tudo! Mesmo tudo! Quero lá saber se estou sem filtro, se dou nas vistas, se perdi a racionalidade, se ando a dizer tudo o que me vem à cabeça sem sequer me dar conta, antes, de que o vou dizer. Não me interessa. Que seja o que Deus quiser.

Estou tão cansada. Olho para mim, agora, e pela primeira vez apercebo-me disso. Se soubesses o quanto estou cansada!...

E que se lixe, já agora, e em jeito de conclusão, a lágrima que caiu hoje. Não vale a pena negar... Quem ontem falava comigo tem toda a razão: eu gosto muito de ti. O problema é que talvez goste demais. Mas também não quero saber disso... O tempo e Deus vão encarregar-se de resolver tudo à maneira deles! A mim resta-me esperar - e agir de acordo com o que surgir.

18 maio 2010

Recado.

Eu aqui não mando nada. As regras em jogo (o jogo ainda existe?) são tuas. Por mim isto já estava mais que resolvido. Mas quem manda és tu! Não te preocupes. Dá-me a música e eu saberei seguir o teu ritmo. Sou tão flexível e nem sequer sabia. Estás ao comando! Estás mesmo! Será tudo como tu quiseres que seja. Mas agora vê lá o que fazes. Não te entusiasmes em direcção ao disparate. Se isto é um jogo, e se o jogo ainda existe, então eu jogo, claro que sim. O que não significa que seja um brinquedo nas tuas mãos. Ditas o passo e eu sigo-o... Mas nota que é só enquanto me apetecer.

Reconheço-te em qualquer lado, sem sequer te ver, só pelo teu respirar, nem que estejas a metros e metros de mim. E, à semelhança disso, acho que vou conhecendo muitas outras coisas...

08 maio 2010

Changes.

Há um friozinho bom na barriga quando as respostas surgem claras como água, depois de termos complicado tudo durante demasiado tempo. Afinal, é bem mais simples do que parece. Não que seja linear, porque não o é - é apenas simples, muito claro. É assim porque pode apenas ser assim.

Tanto tempo a pedir uma luz e de um momento para o outro é como se o Sol brilhasse, mesmo na noite de ontem ou num dia chuvoso lá fora como é o de hoje.

Agora é fácil ver o caminho. Tão fácil. Daqui em diante... É só sorrir. Espírito leve.

(Só me dava jeito que certos sonhos fossem premonitórios! :) )

Obrigada. A Ti, que respondeste. A ti, que foste o veículo. A vós, que estão sempre aí a acompanhar cada passo desta história, e que sabem quem são.

06 maio 2010

...

Eu prometi que não chorava por ti.

05 maio 2010

...

E eu quero negar perante mim e perante todos mas a verdade é que tudo já mata no meu peito e ainda não passou tempo nenhum. E eu que prometi a mim mesma, meses a fio, que nada disto acontecia. Que não me deixava levar. Que seria mais forte que os meus desejos. Foi tanto tempo a manter o controlo em situações tão mais difíceis e agora que preciso dele mais que nunca acho que esgotei as reservas. Escorreguei, caí, e já não me levanto. Nunca me senti tão parva.

Tudo isto é desnecessário e francamente idiota - nem sequer a imaginação faz qualquer sentido. Ainda assim, é chegado o tempo de deixar fluir, porque sou forçada a isso. Acabou-se a farsa. Não estou capaz de evitar, de lutar, de fechar os olhos, de esquecer ou de ignorar. Perdi o controlo e não sei se vou a tempo de o recuperar. Já nada disto é negociável comigo própria. Já não me sinto capaz de resistir. Perdi o jogo, sabias? E custa tanto.