28 janeiro 2010

E em conversas...

«Eu acho que o charme é daquele ar sério e ao mesmo tempo jovem, arrumadinho mas não tão arrumadinho assim, daqueles casacos abertos, daquele jeito de chegar e todos os dias acender o cigarro, e de fumar de olhos pousados só naquilo que pensa e em mais nada.»

27 janeiro 2010

Como o tempo.

Hoje acordei como adormeci ontem: tranquila, bem-disposta, leve, com uma sensação tola de que o mundo é muito bonito, de que tudo é bom e de que o futuro traz coisinhas amorosas. Respostas e sorrisos e isso.

Era bom que isto fosse um pressentimento. Melhor: uma premonição.

Será?

(Algo me diz que a razão é soalheira. Três dias de sol mudam a alma de uma pessoa!)

22 janeiro 2010

Parva.

Sinto a alma a rasgar-se, a ficar feita em estilhaços, e só me apetece chorar porque a única coisa que queria era que fosses real - para mim, na minha vida - e que deixasses de ser uma aspiração parva que tenho dia após dia. Parece que tenho uma espada cá dentro, a corroer-me. És tão tudo e mais alguma coisa, e eu levo a vida a correr atrás de ti e é sempre em vão, e o coração é parvo e diz que sim, e a cabeça é ainda mais parva e vai pelo coração, e de repente parece que estoiro, porque SEI que TU és a resposta para tudo o que eu sou e procuro e sei também que EU seria a TUA resposta, para essas coisas e tantas mais, mas não há como mostrar-te isso. Estás às escuras, não sabes nada de nada, e um dia destes escolhes outro destino qualquer e nunca chegas a saber seja o que for.

O caminho está todo por fazer, e não é uma estrada curta, nem direita, nem larga, nem nada. Sei que estás lá ao fundo mas tu não sabes que eu estou aqui, por isso tenho de andar, andar, andar, e esperar que, à chegada, ainda por lá estejas.

Não vais estar. Nunca lá vais estar. Se calhar nunca lá estiveste. Mas eu não me sei convencer disso e continuo à deriva, sem saber qual é o rumo, a torturar-me todos os dias, porque queria tanto, tanto... E não consigo. E tu, mais uma vez, não vês nada.

Só gostava de saber como é que te posso abrir os olhos. Só queria uma resposta, uma solução, que eu não tenho, nem ninguém, porque é óbvio que não existe.

Sou tão parva.

21 janeiro 2010

Tardes assim.

Gosto da meia-tarde do sol de Inverno. Daquele que bate na cara e faz todos os olhos mais bonitos.

Faz-me lembrar tardes doces e descansadas. Em que tudo é simples e o futuro tem um sorriso na cara.

20 janeiro 2010

Ligações.

É nestes momentos que se percebe que há uma ligação entre duas pessoas, que, unilateral ou não, se criou e se mantém, presa por fios invisíveis que unem dois corações, ou duas almas, ou duas cabeças, ou simplesmente dois seres humanos que são isto tudo.

Tu respiras a metros e mais metros de mim e eu sei que estás por perto, sem te ver, sem ouvir a tua voz, o teu nome, o que seja. Sinto-te, não me perguntes como nem porquê.

19 janeiro 2010

Sobre um dia que já passou.

Quarta-Feira, há umas Quartas-Feiras atrás. Oito e vinte e seis. Tu apareces outra vez, mais uma vez, e o que te traz, mesmo sem que o saibas, o que nos tem aos dois ali, naquele instante em que é noite e está frio e chove e há muita gente à volta mas eu só te vejo a ti, é o simples propósito de provar que tudo faz sentido, que na vida há sinais e razões para tudo. Vens, paras, eu paro, e o mundo pára connosco.

Os teus olhos são punhais. Mas isso sou só eu a recordar tempos antigos. Desta vez, não foram punhais, nem lanças, nem nada tão concreto, metálico, brilhante, cortante como a verdade da tua alma, que se vê clara como água pelo teu olhar.