23 agosto 2010

Quem sabe.

Um nó no estômago, uma mão invisível a apertar o pescoço, e outro nó na garganta. E ainda mais um nó na cabeça e um aperto no peito. Olhos que fazem força, tanta força, para se manterem firmes e alegres em frente às tempestades.

É medo, é tristeza, é nervoso, é angústia, é insegurança, é ignorância. Mas também é expectativa. Da boa. E optimismo, e esperança, e vontade, e uma série de impossibilidades que até parecem possíveis se não se pensar muito tempo sobre elas.

E é assim que os nós espalhados por todo o lado, e os apertos, se alargam um pouco. E tornam-se nós dos bons. E apertinhos agradáveis. O medo vai, a tristeza esconde-se, o nervoso aumenta, a angústia muda, a insegurança transforma-se em descaramento disfarçado de coragem, e a ignorância é um mal a vencer com o tempo. E a expectativa só aumenta. E o optimismo tem de ficar, e a esperança é o que nos move, e a vontade nem se descreve.

E o que é impossível talvez não o seja.

Quem sabe.

10 agosto 2010

Bilhete.

Se por acaso por aqui passares, quero que saibas que neste momento a tua ausência, a nossa ausência, me está a doer muito, muito, muito. Que é um vazio tremendo que de repente se agarra a mim, colado e sem forma de ser afastado. Sinto-me mal. Não sei como, no fim de contas, tudo pôde acabar assim. Como tanto ficou em tão pouco. Em nada. Em menos que nada. Saldo negativo.

Que final foi este? Que final foi o nosso?? Há tanto que devia ter sido dito e feito, há uma história que não escrevemos. E agora sinto-me como se estivesse numa jangada que navega mais, e mais, e mais para longe da ilha. E eu sem remos ou forças para a aproximar. Tudo fica distante. Tudo me escapa. Tudo foge por entre os meus dedos. Tudo é cada vez mais definitivo, último, impossível e inalcançável. E não há nada que eu possa fazer...