02 janeiro 2012

Janeiro.

Janeiro veio, e trouxe com ele a certeza do incerto. A precisão do caminho escuro, desvendado a custo e a cada passo entre paredes demasiado apertadas.

Janeiro veio, e vim eu com ele, grande demais para caber em tão pouco espaço. No bolso trago pedras de que não me sei desfazer, mais pesadas que o mundo e que me prendem a este chão que só queria deitar fora.

Janeiro veio, e veio sem nada. Vazio. Vazio como os Janeiros têm sido. Num vazio teimoso e pegajoso que se prolonga sem dó por todo o calendário. Viram-se as folhas, riscam-se os dias, morrem-se os anos, mas o fio condutor que os vai ligando é este mesmo - feito de vazio, de incerto, de cansaço, e de uma esperança sagaz e teimosa que por vezes é soterrada pelo peso dos dias que não passam. A não ser no calendário.

1 comentário:

  1. Como eu te compreendo!
    Também eu estou no meio da incerteza e de caminhos escuros.
    Mas, mais tarde ou mais cedo, terá de melhorar. Pelo menos nada nos impede de acreditar que vai melhorar. Por enquanto.

    Beijinhos ****

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