30 abril 2012

Respectable.

Era mais ou menos isto que eu vinha aqui dizer. Só que, entretanto, o Rufus antecipou-se. Disse tudo  e bem melhor do que eu diria.

Let's meet in a respectable dive...


20 abril 2012

Os sentidos inversos da vida

mandam mais em nós do que nós. A corda que nos une só nos foge das mãos. Seguimos em lados opostos. Sempre em movimento, afastamento constante e irreparável. Sem volta a dar-lhe – ao caminho e às escolhas que fizemos sem querer, porque tanto podiam ser aquelas como quaisquer outras. O verdadeiro jogo de sorte ou azar é a vida. Não sabemos o que fazer, porque tudo faz sentido e ao mesmo tempo nada faz sentido nenhum; da (in)decisão nasce a (in)consequência. No fim de contas somos apenas seres básicos que seguem os instintos mais errados e os impulsos mais certos. Mas sempre na mais eterna das dúvidas. Depois, dados lançados… e morrer assim. Na praia. Sem aparato, sem nada do que se devia sentir. Sem perguntas, respostas, descobertas. Só remorsos, angústia e frio cá dentro. Um rombo, uma pancada seca, e assim se fica. Para sempre à margem e na margem do que era (tanto) para ter sido.

11 abril 2012

Continuum.

Dias. E meses. E meses, e meses, e meses. Olho para trás e só vejo meses. Olho para a frente e temo que a vista seja igual.

Bolinhos de coco. Chuva lenta. A telefonia, absoluta, tão presente de todas as maneiras possíveis e imagináveis. O mundo lá fora. A vida em passo incerto com o horizonte lá muito, muito ao fundo. Músicas que dizem o que eu nem consigo pensar. Frio na barriga, cansaço, tristeza que não é triste e vontade nem sei de quê. Ausências prolongadas, tempos errados, peças desencaixadas. Fé a mais e desejo na mesma medida. A esperança numa conversa e num bilhete.

E tudo tão longe.

03 abril 2012

"Vira o disco e toca o mesmo."

As pessoas que não falam. Tudo aos papéis. Não sei em que dia foi que os seres humanos desistiram de falar preto no branco. Não sei por que diabo é que a comunicação se perdeu nem em que parte incerta do caminho é que ficou. Se o que nos distingue de tudo e de todos é a possibilidade de transformarmos em palavras o que sentimos, não entendo por que é que isso se esfuma. Não percebo os doces encantos do chove-não-molha por mais que me esforce por descobri-los. Tanta gente perdida em palavrinhas sem interesse, sem conteúdo, sem base, que não valem de nada. Daquelas tão levezinhas que vão antes mesmo de o vento as levar.

Para onde quer que me volte, só chego a uma conclusão: andamos todos trocados. Mesmo todos.


01 abril 2012