Não consigo escrever sobre rádio. Não consigo. Nunca consegui. Nada sai bem. Não sei por onde comece nem como acabe. Falta sempre tudo – menos assunto. Assim que tento organizar duas ou três frases, as ideias atropelam-se e percebo que nunca vou saber escrever sobre isto. Sou incapaz de agarrar as pontas soltas e de fazer delas qualquer coisa que se aproveite. Nos grandes amores (não há amores pequenos, mas alguns são maiores do que outros), as recordações são muitas e as emoções são ainda mais. E esta é uma história que começou há pouco tempo mas que já não tem fim, onde não faltam personagens, cenários, vozes e enredos. Tudo, claro, acompanhado de uma extensa banda sonora... e condensado no símbolo absoluto e mais simples: a luz vermelha que separa o mundo real daquele que se cria lá dentro, só nosso e de quem acolhemos nele.
Não sei se tenho jeito para a rádio, mas, seguramente, a rádio tem um jeito especial para mim.
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