15 outubro 2009

How can I just let you walk away, just let you leave without a trace?

(Título fora do contexto «Mr. Collins», como dentro em breve será óbvio.)

Pois. É oficial que me perturbaste. Aliás, fizeste-o e à valente! Isto parece um livro, ou o argumento de um filme. Até eu - parece que estou numa realidade paralela. Não sei o que me deu, mas quando te vi senti algo parecido com

Ora muito bem, vamos lá então voltar ao filme de outro dia para ver se as coisas se resolvem na minha cabeça.

O pior é que de baralhada não passo. Se olhares para mim, ou melhor, se os nossos olhares se cruzarem, juro que me cai o mundo todo aos pés em meio segundo, não sei se de embaraço se de confusão.


Quem és tu?

Nem sonhas, mas a verdade é que, desde aquele dia, não houve nenhum outro em que não fizesse esta pergunta, em que não pensasse em ti e em que não te procurasse em cada cara... Em cada autocarro... Nem sei bem porquê a esperança, mas a verdade é que a mantive, e hoje, quando te vi... Bom, confesso que podia ter-me sentado, mas preferi fazer a viagem de pé a perder-te de vista. (Verdade seja dita que mal olhei para ti, mas adiante.) Ia mesmo, mesmo para me sentar, mas quando te vi TIVE de voltar atrás. Foi mais forte que eu. Acho que preciso (e perdoa-me tamanho egoísmo!) de qualquer coisa vinda de ti e que ajude a esclarecer o imbróglio (não leves a mal) que tu és. Claro que dificilmente vou ter respostas... A tua voz não me vai chegar, o teu perfume também não... Talvez o nome ajudasse, mas não tenciono perguntar-to, nem muito menos serei capaz de meter conversa e de a levar a um ponto tão... pessoal.

E, já que estou em maré de confissões...


Sim. Saí uma paragem à frente da que era suposta. (Já estou corada até à raiz dos cabelos.) Decidi-me a 'ir atrás' de ti, pedindo a todos os santinhos que não morasses no fim da carreira, senão ia ser um problema para chegar a casa em tempo útil. (Mas se vivesses muito longe, eu desistia, a sério que sim. Não ia atrás de ti até ao fim... Acho eu.) Felizmente, saíste logo na paragem depois da minha, e eu segui-te os passos. Porquê? Nem eu sei! Por certo não estava a pensar entrar em tua casa e coscuvilhar-te as gavetas, nem me passou pela cabeça ir fazer perguntas aos teus vizinhos. Fui atrás de ti (só durante um bocadinho, depois voltei à minha rota habitual)... porque sim. As perguntas são imensas. E eu não tenho NADA a ver com as respostas, sei disso muito bem. Mas isto perturba-me de tal maneira que me socorro de todas as ferramentas ao meu alcance, ainda que despropositadas ou, pior, completamente inúteis.

Não me viste. Acho que nem deste por nada - felizmente.

Desculpa. Desculpa, desculpa, desculpa. Mas vou tentar apanhar este autocarro mais vezes... Não descanso enquanto não souber alguma coisa sobre ti. (Não faço ideia de como é que isso pode acontecer, mas logo se verá.) É superior a mim. Não controlo isto. Não tenho por hábito alterar a paragem onde saio nem pensar dia-após-dia-após-dia no reencontro com alguém que nem conheço...

... Mas hás-de convir que o teu caso é diferente.

14 outubro 2009

Fase.

Ainda estou para perceber se é esta a vida que quero. Estou numa fase oca, repleta de desinteresse, melancolia, insegurança e muita tristeza. Estou murcha, desligada, nada me entusiasma. Olho cá para dentro (de mim) e tudo é turvo, seco, cinzento. Se calhar sou uma insatisfeita. Se calhar vou querer sempre mais, ou sempre diferente, e por isso estou condenada à angústia e à melancolia. A vida passa e o sol não brilha sobre ela. E ando de queixo erguido e a tentar fazer cara alegre como se nada se passasse, embora nem eu saiba bem o que se passa. Só me parece que a vida vale a pena quando se têm expectativas,quando tudo se pode medir por fases, por etapas, que sabemos que começaram mas que terão um fim. Olhar para o presente e não haver perspectiva de mudança é uma coisa que me sufoca. Não me importo de estar assim, mas para me mover preciso de saber que o amanhã será diferente. Melhor. Tenho de ter expectativas quanto à mudança, tenhode saber que ela virá e ter noção de quando isso irá acontecer. Não gosto da vida poucochinha, de falta de horizontes, de não encontrar expectativas em nada. E detesto ter de me alegrar, de vibrar, com conquistas que nem sequer são dignas desse nome! E que não são minhas! Parvoíces, não há outra maneira de as chamar.

Só me apetece chorar. Ou, então, dormir durante muito tempo. Estou tão farta disto tudo. Queria desaparecer, atirar tudo (mas mesmo tudo) para trás das costas e começar do zero. Queria uma nova vida. Queria não ser eu. Nem isso.

12 outubro 2009

Quoting.

So here's for the truth. Here's for you. Here's why I came. I left everything, I changed my place, my life. And here's the reason why I came all the way from my place to this place:

You.

In all the glory of my craziness, I left it all behind. There are moments in life when all that matters is our heart and its will. So, here I am. I came. I stayed. I believed and I fought for my beliefs.

(E então ela abre os braços e depois deixa-os cair em jeito de quem desiste de lutar seja pelo que for. Depois fecha os olhos, entregue à verdade, ao que sente e a tudo o que se possa seguir, num daqueles momentos em que o tempo parece parar. Deixa-se levar pelo destino, pela fé, pela sorte... e o coração diz-lhe que tudo vai correr bem.)

06 outubro 2009

Sente-se.

É uma sensação tão esquisita... Parece que não estou aqui, que flutuo e me vejo de fora. Sinto-me imune a tudo, exterior a mim, ao meu corpo, e abandonada de vontade. Perdida, também. Confusa, apática, desligada de tudo e desinteressada. Parece que eu não sou eu. Parece que o poço é cada vez mais fundo e eu me vou limitando a descer, sem querer saber, minimamente, o que vem a seguir. Deixo-me levar sem qualquer vontade própria. Amorfa, condicionada nem sei pelo quê. É como se eu não fosse eu, como se alma e corpo se tivessem separado.