(Período antes da ordem do dia: quem por aqui passar que me perdoe a linguagem um-tanto-ou-quanto indelicada. Não é de todo um hábito meu. Mas há coisas que não há como dizer com paninhos quentes.)
Olha, sabes que mais? Que se lixe. Que se lixe tudo. Que se lixe o que tu queres, que se lixe se finges, que se lixe o que dizes, o que és, o que insinuas, o que fazes e o que não fazes. E mais: que se lixe o que eu sinto, que se lixem as minhas tentativas e as minhas expectativas e as minhas atenções inúteis. Que se lixe tudo! Mesmo tudo! Quero lá saber se estou sem filtro, se dou nas vistas, se perdi a racionalidade, se ando a dizer tudo o que me vem à cabeça sem sequer me dar conta, antes, de que o vou dizer. Não me interessa. Que seja o que Deus quiser.
Estou tão cansada. Olho para mim, agora, e pela primeira vez apercebo-me disso. Se soubesses o quanto estou cansada!...
E que se lixe, já agora, e em jeito de conclusão, a lágrima que caiu hoje. Não vale a pena negar... Quem ontem falava comigo tem toda a razão: eu gosto muito de ti. O problema é que talvez goste demais. Mas também não quero saber disso... O tempo e Deus vão encarregar-se de resolver tudo à maneira deles! A mim resta-me esperar - e agir de acordo com o que surgir.