28 julho 2009

Irmão.

É uma espécie de fio condutor. Invisível, mas inquebrável. Eu sinto o fio entrelaçado a mim... Enrola-se e desenrola-se, estica e encolhe, enlaça-se a mim e a ti, dança por entre nós e é assim que estamos sempre unidos, juntos, por maior que seja a distância. É com este fio que vivemos amarrados. Nunca te perguntei se também o sentes - talvez, quando perguntar, isto soe estranho. Pode parecer um delírio, mas não é. Só acho que vai ser estranho porque não me parece que sejas sensível a estas coisas do modo que eu sou. Eu sinto o fio, a linha, a amarrar-nos para não nos perdermos de vista nem de sensação. E é esta linha que me faz perceber onde estás e como estás. Que me faz saber mais de ti do que o que as palavras alguma vez disseram... Saber-te e sentir-te, mais ainda do que conhecer-te. Como se houvesse uma bússola... Como se fosses um íman que eu sinto à medida que se aproxima. Porque a verdade mais pura é essa mesma; sinto-te próximo, sei quando estás por perto, oiço-te e distingo-te entre tudo e entre todos. O fio que me envolve - que nos envolve - reage, mexe. É quase telepático, tudo isto. Pergunto-me, enfim, se alguma vez te apercebeste. Se também te enredas na linha ou se só eu a vejo. Será que não a sentes? Ou serei eu a dar-lhe valor a mais?

Será que é assim com todos? Será que a sensação é sempre esta? Será que a linha que une quem é do mesmo sangue se dá sempre a sentir desta forma?

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