06 outubro 2010

Espaço.

Preciso que saias daqui. Por favor. Estás a ocupar espaço a mais, e espaço que não te devia pertencer. Resolvi dar-to sem mo pedires mas agora quero-o de volta sem que esperes mantê-lo. No meu espaço mando eu, e preciso urgentemente que o desocupes.

Assim não consigo andar para a frente. A culpa é mais minha do que tua, claro, mas não consigo resolver isto sozinha. Por isso, colabora e vai-te embora de mim. O meu espaço que é teu tem de voltar a ser meu e só meu. Preciso de o guardar, de tomar conta dele. Cada vez que tento alcançá-lo e empurrar-te para fora de lá, vou contra uma parede, ou uma porta fechada, e não há maneira de entrar.

Estou cansada disto. Por favor, vai-te embora. Já que ocupaste o espaço, por tua vontade e meu consentimento, mas dele não fazes nada... Então parte.  Preciso de seguir o meu caminho. E só não o consigo fazer por tua causa.

Porque não te sei deixar ir...

1 comentário:

  1. Amei este texto. Também te tenho vindo sempre a acompanhar, de forma bastante silenciosa - o que lamento desde já - no entanto continuas com a tua escrita mágica. Gostei do título e de todo o texto, e percebo o sentimento. É frustrante. Por último, realçar a forma fantástica como fechas com chave de ouro o texto, nessa verdade que se faz sentir na criatura humana:

    "Porque não te sei deixar ir..." Amazing. Os meus parabéns!

    Beijo

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