23 dezembro 2008

Natal.

É Natal. Definitivamente!

Claro que as teorias de que o Natal hoje em dia começa cada vez mais cedo têm o seu quê de razoáveis... De repente estamos em Outubro (raça de tempo que passa depressa) e damo-nos conta de um sininho a tocar algures - que não é nem ouco mais ou menos o sino da paróquia. Num simples anúncio soa, nada discreto, um sininho qualquer - ou vários deles, com aquele tão natalício e delicioso TLIM TLIM TLIM TLIM TLIM. E depois admiram-se que eu (e outros que tais) ande a trautear o Last Christmas ou coisa que o valha quando ainda faltam dois meses para o Pai Natal pôr os pés cá em casa. Logo eu, que sou toda natalícia!

Mas enfim. Fora as teorias de que o Natal começou em Outubro - e não é que começou mesmo?! -, é agora que ele está realmente em grande. E, para já, é um alívio saber que chegou a altura em que posso cantar com todo o meu esplendor natalício (fujam que ainda vão a tempo) o Last Christmas. Ou o Have Yourself a Merry Little Christmas. Ou o Little Drummer Boy (santa paciência, esta é das melhores). E posso mesmo deixar a coisa descambar até ao desgosto se me der para (tentar) cantar a Christmas Day, da Dido. Música triste, esta. Mas mesmo assim dá gosto cantá-la. Se me dão licença... "I shall return, for you, my love, on Christmas daaaaay..."

Adiante.

(E, antes que perguntem, sim, eu adoro cantar, faço-o de manhã à noite. E, sim, as músicas de Natal são uma das minhas [várias] perdições. E, não, não canto bem, sobretudo se tiver noção de que alguém me está a ouvir. Mas estou sempre a cantar... E pronto.)

E depois ainda há outros luxos a que me posso dar, já que agora é que é - ou vai sendo - Natal a sério. Posso armar-me em menina e encher os olhos de sonhos... Fazer como fazia quando era pequenina: esperar pelo lusco-fusco e sentar-me em frente à árvore de Natal (que é mais alta que eu, como sempre quis que fosse), quieta, calada. É só isso. Olhar para cada luz, cada bola, e deixar-me estar ali... Com os olhos muito abertos, a alma em paz e aquela sensação de sonho que trago desde criança. Nesta altura posso recuperar esse bocadinho do meu passado. Até posso acreditar no Pai Natal e tudo. Posso mesmo! (Às crianças que por aqui passarem: ele existe. É claro que sim!) E posso pedir-lhe coisas, embora os pedidos agora sejam diferentes (são menos, mas vão dar muito mais trabalho ao pobre velhote!).

E, no meio disto tudo, posso manter a inocência de há muitos anos... Houve aquela altura em que tudo era simples. Perfeito. Era sempre igual e por isso era sempre magnífico. Com o passar dos anos vieram as «reticências», como alguém comentava há uns dias. E eu não sou mentirosa, por isso não vou dizer que essas reticências não passam de pequenos pontinhos que não fazem mossa... Fazem. Claro que fazem. Era sempre tudo da mesma forma, era "assim", simplesmente, e depois há um momento que muda tudo. E é verdade que o Natal que eu conheci nunca mais vai voltar...

Mas não nego que continuo a adorar isto. As reticências ficam. Podem até começar a acumular-se. Mas nada nem ninguém vai apagar os pontos de exclamação que dou sempre a esta época! Por isso, para cada um que por aqui passar, deixo um sorriso que quero que contagie, muitos pontos de exclamação, presentes complicados (daqueles que parece que nunca iremos receber, porque o dinheiro nunca os comprará), músicas de Natal com fartura (todas as que quiserem - eu tento não cantar, prometo), doces (claro, faltava esta parte!)... E deixo o tal olhar sonhador, de menina que sabe que, no fundo, o Natal será sempre, sempre perfeito!

«Have yourself a merry little Christmas, let your heart be light... From now on our troubles will be out of sight...»

2 comentários:

  1. a "have yourself a merry little christmas" deve ser cantada, SEMPRE, com calma, suavidade... só assim mexe com a gente! acho eu.

    sim.. há mais reticências, é facto.


    os "tlim tlim tlim" a cores estão do baril! :P

    ResponderEliminar
  2. Mamacita, donde está Santa Claus?

    Tens que ouvir esta ;-)

    ResponderEliminar